Olá, leitor. Como vai?
Estávamos falando um pouco sobre a morte vista pelo ponto de vista dos egípcios. O que acha de continuarmos e aprofundarmos um pouquinho na religião?
Bom, Os egípcios viviam muito apegados as suas crenças. Na vida deles tudo tinha alguma coisa ligada com a religião, desde a escolha do nome até o sepultamento do corpo. Uma das mais conhecidas e admiradas crenças dos egípcios é o culto a com aparência de animais. Os egípcios acreditavam que um deus descia a Terra e era denominado , que governava o Egito sua vida inteira.
A imagem é apenas uma evocação no Egito. Alguma representação (pintura ou estátua), escrita (fórmula em papiro ou óstracos), enunciado (preces) existem realmente. Para destruir alguém irremediavelmente, é preciso destruir seu nome de forma que ninguém possa mais pronunciá-lo (isso foi feito com alguns reis como por exemplo com). Uma cena de oferenda na parede do túmulo proporciona ao morto alimentação eterna. Acontece mesmo dos hieróglifos representarem seres perigosos na forma de mutilados para que sejam impedidos de retomar seu poder de ação: caso serpentes e leões "saíssem da palavra", seriam temíveis.
Do camponês ao faraó, na vida cotidiana ou na ocasião de um ritual de templo, todos
recorrem à magia, mas frequentemente com um objeto benéfico. A execução de certos
objetos (estatuetas de bruxaria em cera, madeira ou pedra) são acompanhados pela recitação ou escrita de textos que fazem apelo aos deuses, a seus nomes ou a suas manifestações. Usar um amuleto ou uma cordinha atada sete vezes, da qual pende um papiro com uma fórmula inscrita, enrolado e bem fechado em um estojo, são atos comuns de magia.
Do mundo exterior ao altar da estátua divina, o sacerdote passa da luz à sombra, do barulho ao silêncio, da "terra" ao "céu". No comprimento do eixo principal do templo o solo é, às vezes, progressivamente levantado e o teto progressivamente abaixado, como para convergir em direção ao santo dos santos. De uma parte a outra deste eixo, há salas anexas onde são armazenados e preparados as oferendas e objetos necessários ao culto. Por direito, o sacerdote se desliga dos acessos com o exterior e volta-se ao restante do domínio do deus: lago sagrado, moradias, armazéns, escolas e biblioteca, oficinas e escritórios
A grande sala de hipostila merece todas as suas denominações. "Grande" sala de hipostila, por suas dimensões: 103 metros por 52. As doze colunas centrais com desenhos de papiro possuem quase 23 metros de altura e seus capitéis, nos quais cinquenta pessoas poderiam manter-se de pé, 15 metros de circunferência. "Floresta de colunas", pois foram construídas no reinado de cento e vinte e duas novas colunas com desenhos de papiro e altura de aproximadamente 15 metros, que sobem em direção a um céu estrelado onde o sol faz passar seus raios por imensos claustros de 8 por 5 metros (são muitos "metros, não?).
As cerimônias de fundação acontecem à noite, de preferência na lua nova, para facilitar, graças às estrelas (Ursa Maior), a orientação em direção ao norte. Após determinar os ângulos da construção, estica-se corda entre estacas a fim de delimitar as trincheiras da infiltração das águas que indica o sentido horizontal e oferece os sedimentos da fundação. Molda-se o primeiro tijolo, coloca-se em lugar da areia e depois as pedras de ângulo. Terminados os trabalhos, o templo é inaugurado com purificações, a cerimônia de Abertura da boca e grande festa popular.
O templo é a casa do deus, representado por uma estátua em uma nave de pedra ou madeira. O culto que ela recebe cada dia é o equivalente ao serviço se um ser vivo, sendo alimentada e vestida. Só o rei pode se comunicar com os deuses: ele efetuando o culto de todos os templos do país. Os "sacerdotes", os servidores do deus são, na realidade, apenas seus delegados. O culto mantém a harmonia do Universo, faz viver os deuses e os reúne; em contrapartida, eles concedem ao rei os benefícios do que faz em proveito do país.
Alguns personagens importantes obtém do rei o raro favor de figurar no templo representados em estátuas, o que lhes faculta numerosas vantagens, como o recebimento de oferendas depois destas terem passado pelos altares dos deuses, a notoriedade do nome e o fato de passar a permanecer ao séquito do deus. Trata-se de verdadeira distinção honorífica que prova que a pessoa participa de pequenos papéis no cotidiano do rei e do deus, como na prestação de serviços ao rei e ao templo. Em algumas estátuas, o proprietário se coloca como intermediário: se os passantes pronunciam seu nome e lhe fazem oferendas, ele promete intervir em favor deles junto ao deus.
O templo não é um lugar público, aberto a todos. Já que o povo não pode ver o deus em sua casa, então o deus sai em procissão e se mostra (Festa de Opet, Bela festa do Vale, festa dos mortos, saída de Sokaris, festa de Min...). A estátua do deus, abrigada em um altar portátil, é colocada em uma barca igualmente portátil. Acompanhada por uma escolta militar e sacerdotal, em meio a uma ruidosa alegria popular, ela circula pelas ruas e também pode ser carregada em uma barca de verdade para navegar sobre o Nilo. É por ocasião dessas "saídas" que o deus ganha novos oráculos.
Quase me esqueci de algo importante. As estátuas do defunto, visíveis na parte pública do túmulo, fazem com que ele seja lembrado pelos visitantes. São também o meio de incitá-los à generosidade e lembrá-los que um de seus primeiros deveres é "doar oferendas aos deuses e a refeição funerária aos mortos". Os visitantes podem fazê-los de duas maneiras, ou levando realmente alimentos, ou se contentando em ler a fórmula da oferenda que será assim considerada ativada, os deuses invocados na fórmula fornecerão, a partir de seus altares, a refeição no mundo dos mortos.
Interessante, né?
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