Crise no sistema colonial: as rebeliões nativistas

As rebeliões nativistas


     Movimentos caracterizados por rebeldias contra o aumento do fiscalismo português após a Restauração (1640). Para sair da crise financeira imposta pelo domínio espanhol, Portugal enrijece o pacto colonial, com a criação do Conselho Ultramarino. É contra esta nova política que os colonos se posicionam.
Os movimentos nativistas foram de caráter local e não reivindicavam a independência da colônia. Refletem o conflito entre os interesses da metrópole - o chamado centralismo - e os interesses dos
colonos - o chamado localismo. A Insurreição Pernambucana é tida como a responsável pelo despertar do sentimento nativista, visto que, ao longo de sua ocorrência registraram-se divergências entre os colonos e os interesses da Metrópole.


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ACLAMAÇÃO DE AMADOR BUENO (1641)

     Movimento onde Amador Bueno da Ribeira foi aclamado rei de São Paulo. Este fato está relacionado como uma ameaça aos interesses espanhóis na região.

BOTADA DOS PADRES PARA FORA (1641)

     Episódio relacionado com as tensões entre colonos e jesuítas, a respeito da escravidão indígena. No ano de 1641, parte dos colonos paulistas expulsão os jesuítas. O episódio repete-se no Pará ( 1661) e no Maranhão (1844).

A REVOLTA DE NOSSO PAI (1664/65)

     Uma revolta dos colonos contra o governador de Pernambuco, o português Jerônimo de Mendonça, acusado de corrupção.

A REVOLTA DE BECKMAN (1684)

     Ocorrida no Maranhão e liderada pelos irmãos comerciantes, Manuel e Tomás Beckman, contra a Companhia de Comércio do Maranhão, que exercia o monopólio do comércio e do tráfico negreiro. A
Companhia não cumpria seus objetivos, levando os colonos a suprirem a falta de mão-de-obra escravizando os índios. Isto gerou um novo conflito, desta vez com a Companhia de Jesus.

A GUERRA DOS EMBOABAS (1708/1709)

     Ocorrida em Minas Gerais, resultado das rivalidades entre os colonos paulistas e os "emboabas" - forasteiros que, sob proteção da metrópole, exerciam o monopólio de diversas atividades comerciais.

A GUERRA DOS MASCATES (1710)

     Desde a expulsão dos holandeses de Pernambuco, a aristocracia rural de Olinda estava em decadência econômica. No entanto, Olinda continuava a controlar a capitania de Pernambuco através de sua Câmara Municipal.
     Enquanto Olinda passava por uma crise econômica, o povoado de Recife - submetido à autoridade da Câmara de Olinda - estava prosperando, graças ao crescimento da atividade comercial. O comércio era exercido por portugueses, conhecidos por mascates. Estes emprestavam dinheiro a juros aos proprietários de terras de Olinda. Em 1703 o povoado de Recife conquista o direito de vila, tendo sua autonomia política em relação a Olinda. Não aceitando a nova situação os proprietários de terras atacaram Recife e destruíram o pelourinho- símbolo da autonomia.
     Os conflitos estenderam-se até 1711 quando a região foi pacificada e Recife passou a ser a sede administrativa de Pernambuco.



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A REVOLTA DE VILA RICA (1720)

     Também conhecida como Revolta de Filipe dos Santos, ocorreu em Minas Gerais contra o excessivo fiscalismo português, marcado pelos aumentos dos impostos e pela criação das Casas de Fundição. As rebeliões nativistas, como se viu, não defendiam a emancipação política do Brasil em relação a Portugal. No entanto, ao longo do século XVIII, motivados pelo desenvolvimento interno da colônia e por fatores externos, a colônia será palco dos chamados movimentos emancipacionistas, que tinham como principal meta a busca da independência.


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