Renascimento Cultural: mega resumo para o ENEM

RENASCIMENTO CULTURAL.

     O Renascimento foi um movimento histórico ocorrido - inicialmente na Itália e difundido pela Europa - entre os séculos XV e XVI. Foi caracterizado pela crítica aos valores medievais e pela
revalorização dos valores da Antiguidade Clássica (greco-romana).
     Foi na cidade de Florença que os textos clássicos passaram a ser estudados e as idéias renascentistas difundiram-se para outras cidades italianas e, posteriormente, para outras regiões da Europa.

Itália no século XV.

     O berço do Renascimento foi a Itália em virtude de uma série de fatores:

          - Intenso desenvolvimento comercial das cidades italianas que exerciam o monopólio sobre o comércio no mar Mediterrâneo;
          - Desenvolvimento e ascensão de uma nova classe social - a burguesia comercial - que passava a difundir novos hábitos de consumo;
          - O urbanismo e a disseminação do luxo e da opulência;
          - Influência da cultura grega, através do contato comercial das cidades italianas com o Oriente, especialmente Constantinopla;
          - O Mecenato, prática exercida pelos burgueses, príncipes e papas, de financiar os artistas, procurando mostrar o poderio da cidade e ampliar o prestígio pessoal;
          - A vinda de sábios bizantinos para a Itália após a conquista de Constantinopla pelos turcos Otomanos;
          - A presença, em solo italiano, da antiguidade clássica.

Aspectos da Renascença.

     Os homens que viviam sob a Renascença criticavam a cultura medieval, excessivamente teocêntrica, e defendiam uma nova ordem de valores.
     Os principais aspectos do Renascimento foram:

          a) o racionalismo e o abandono do mundo sobrenatural;
          b) o antropocentrismo, onde o homem é o centro de tudo;
          c) o universalismo, caracterizado pela descoberta do mundo;
          d) o naturalismo, acentuando o papel da natureza;
          e) o individualismo, valorizando o talento e o trabalho;
          f) o humanismo.

O Humanismo

     Humanista era um sábio que criticava os valores medievais e defendia uma nova ordem de idéias. Valorizava o progresso e buscava revolucionar o mundo através da educação. Foi o grande responsável pela divulgação dos valores renascentista pela Europa.
     Outro elemento responsável pela expansão das novas idéias foi a imprensa de tipos móveis, inventada pelo alemão Johan Gutemberg, tornando mais fácil a reprodução de livros.
     No Renascimento desenvolveram-se as artes plásticas, a literatura e os fundamentos da ciência moderna.

Artes Plásticas.

     As obras renascentistas são caracterizadas pelo naturalismo e retratam o dinamismo comercial do período. Os estilos desenvolvidos levaram a uma divisão da Renascença em três períodos: o Trecento
(século XIV) ,o Quatrocento (século XV) e o Cinquecento (século XVI).
     TRECENTO - destaque para a pintura de Giotto ( 1276/1336 ) que muito influenciou os demais pintores;
     QUATROCENTO - período de atuação dos Médicis, que financiaram os artistas. Lourenço de Médici foi o grande mecenas da época. Destaques para Botticelli ( 1444/1510 ) e Leonardo da Vinci
(1452/1519).
     CINQUECENTO - O grande mecenas do período foi o papa Júlio II que pretendia reforçar a grandiosidade e o poder de Roma. Iniciou as obras da nova basílica de São Pedro. O autor do projeto foi Bramante e a decoração à cargo de Rafael Sânzio e Michelângelo. Michelângelo ( 1475/1564 ) apesar de destacar-se como o pintor da capela Sistina foi o grande escultor da Renascença.

Literatura.

     Graças à imprensa, os livros ficaram mais acessíveis, facilitando a divulgação de novas idéias.

PRECURSORES

     Três grandes autores do século XIV:

          Dante Alighieri (1265/1321),autor de A Divina Comédia, uma crítica à concepção religiosa; Francesco Petrarca, com a obra África e Giovanni Boccaccio que escreveu Decameron.

PRINCIPAIS NOMES.

ITÁLIA

     Maquiavel, fundador da ciência política com sua obra O Príncipe, cuja tese central considera que os fins justificam os meios. Contribuiu para o fortalecimento do poder real e lançou os fundamentos do Estado Moderno.
     Campanella, que relatou a miséria italiana no livro A Cidade do Sol.

FRANÇA

     Rabelais, que escreveu Gargântua e Pantagruel;
     Montaigne, que foi o autor de Ensaios.

HOLANDA

     Erasmo de Roterdan, considerado o "príncipe dos humanistas" que satirizou e criticou a sociedade da época. Sua obra-prima é O Elogio da Loucura (1569).

INGLATERRA

     Thomas Morus, que escreveu Utopia e Shakespeare, autor de magníficos textos teatrais.

ESPANHA

     Miguel de Cervantes, com o clássico Dom Quixote de la Mancha.

PORTUGAL

     Camões, que exaltou as viagens portuguesas na sua obra Os Lusíadas.

Ciência Moderna

     O racionalismo contribuiu para a valorização da matemática, da experimentação e da observação sistemática da natureza. Tais procedimentos inauguraram a ciência moderna. Principais nomes:

          Nicolau Copérnico- demonstrou que o Sol era o centro do universo (heliocentrismo) em oposição ao geocentrismo ( a Terra como o centro).
          Giordano Bruno - divulgou as idéias de Copérnico na Itália. Considerado herege foi queimado na fogueira em 1600.
          Kepler - confirmou as teorias de Copérnico e elaborou uma série de enunciados referentes à mecânica celeste.
          Galileu Galilei - inaugurador da ciência moderna e aprofundou as ideias de Copérnico, pressionado pela Igreja negou as suas idéias.

Crise do Renascimento

     O Renascimento entra em decadência após a perda de prestígio econômico das cidades italianas, em decorrência das Grandes Navegações - que muda o eixo econômico do Mediterrâneo para o
Atlântico; e da Contra-Reforma Católica que limitou a liberdade de expressão.

A Reforma Religiosa.

     Ao longo da Idade Média, a Igreja Católica afastou-se de seus ensinamentos, sendo por isto criticada e considerada a responsável pelos sofrimentos do período: guerras, fomes e epidemias seriam como castigos de Deus pelo afastamento da Igreja de seus princípios.

Precursores

     John Wyclif ( 1300/1384) e João Huss ( 1369/1415 ).

Causas da Reforma

     Além das questões religiosas, como o nicolaísmo e a simonia, outros elementos contribuiram para o sucesso da Reforma:

          A exploração dos camponeses pela Igreja - a Senhora feudal. A vontade de terras para o cultivo leva esta classe a apoiar a Reforma;
          Interesses da nobreza alemã nas terras eclesiásticas;
          A condenação da usura pela Igreja feria os interesses da burguesia comercial;
          O processo de centralização política, onde era interesses dos reis o enfraquecimento da autoridade papal;
          A centralização desenvolve o nacionalismo, aumentando a crítica sobre o poder de Roma em outras regiões.

Por que Alemanha.

     Na Alemanha a Igreja Católica era muito rica e dominava amplas extensões territoriais, limitando a expansão econômica da burguesia, inibindo o poder político da nobreza e causando insatisfação camponesa.

Lutero e a Reforma.

     Monge agostiniano que rompeu com a Igreja Católica em virtude da venda de indulgências, efetuada pela Igreja para a construção da basílica de São Pedro pelo papa Leão X. Lutero protestou através da exposição de suas 95 teses, condenando, entre outras coisas a venda das indulgências.
Suas principais idéias reformistas eram:

          Justificação pela fé - a única coisa que salva o homem é a fé, o homem está diante de Deus sem intermediários;
          A ideia de livre-exame, significa que todo homem poderia interpretar livremente a Bíblia, segundo a sua própria consciência;

     Sendo assim, a Igreja e o Papado perdem sua função.
     As idéias de Lutero agradaram a nobreza alemã que passou a se apropriar das terras eclesiásticas. A revolta atingiu as massas camponesas -que queriam terras - e foi duramente criticada por Lutero.

Reforma Calvinista.

     Defesa da teoria da predestinação, onde o destino do homem é condicionado por Deus. Dizia haver sinais de que o indivíduo era predestinado por Deus para a salvação: o sucesso material e a vontade de enriquecimento, pois a pobreza era tida como um desfavorecimento divino.
     A valorização do trabalho, implícita na teoria; bem como a defesa do empréstimo de dinheiro a juros contribuem para o desenvolvimento da burguesia e representam um estímulo para o acúmulo de capitais.

Reforma Anglicana.

     Henrique VIII é o reformador da Inglaterra, através do Ato de Supremacia, aprovado em 1513, que colocou a Igreja sob a autoridade real - nascimento da Igreja Anglicana. A justificativa para o rompimento foi a negativa do papa Clemente VII em dissolver o casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão. Além disto, havia um enorme interesse do Estado nas propriedades eclesiásticas, para facilitar a expansão da produção de lã.

A Contra-Reforma.

     Diante do sucesso e da difusão das ideias protestantes, a Igreja Católica inicia a sua reforma, conhecida como Contra-Reforma. As principais medidas - tomadas no Concílio de Trento - foram:

          Proibição da venda de indulgências;
          Criação de seminários para a formação do clero;
          O Index - censura de livros;
          Restabelecimento da Inquisição;
          Manutenção dos dogmas católicos;
          Proibida a livre interpretação da Bíblia;
          Reafirmação da infalibilidade papal.

     Com a Contra-Reforma é fundada a ordem religiosa Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola em 1534, com o intuito de fortalecer a posição da Igreja Católica em países católicos e difundir o catolicismo na Ásia e América.

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